segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Último de 2012

E pra terminar o ano, mais um livro rsrsrs. Parou em minhas mãos Inocência de Visconde de Taunay, clássico publicado em 1872, com uma história que se passa em 1860. Isso é que é viagem no tempo, meu irmão! Tempo em que as mulheres no sertão do Mato Grosso eram escondidas numa parte dos fundos da casa até casarem, e por falar em casamento, era o pai quem escolhia o noivo. Mulher era sinônimo de problema para o pai. Engraçado que a gente em pleno século XXI ainda guarda, de alguma forma, pensamentos assim, né não? Li esse livro pela primeira vez há muito tempo. Não lembrava de mais nada. Há uma reclamação geral por causa do primeiro capítulo que descreve o sertão e o sertanejo, mas fora isso é uma história bacana. Curta um livro, ou livros em 2013. É bom demais!
Feliz Ano Novo!

domingo, 16 de dezembro de 2012

T.L. 40 anos

O Leonardo Boff escreve toda segunda-feira artigos para o Jornal do Brasil. Num deles ele falou sobre os 40 anos de aniversário da Teologia da Libertação. Leiam no link abaixo:

http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/10/08/quarenta-anos-de-teologia-da-libertacao-e-de-jesus-cristo-libertador/

Foi por causa desse artigo e de ter visto o relançamento do Livro "Jesus Cristo Libertador" na versão de bolso que decidi a leitura. Que por sinal segue muito agradável. Achei que encontraria um manifesto sobre a opção pelos pobres, mas em vez disso encontro um ensaio sobre Cristologia bem interessante. E pensar que o livro começou com uma coleção de artigos publicados numa revista. Terminei de ler um capítulo que fala sobre o Natal e é bastante corajoso ao afirmar na década de 70, numa revista, que os textos sobre a infância de Jesus não são exatamente históricos, mas construção teológica baseada na fé no Cristo ressurreto.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Música Clássica

Dia 6 de dezembro fomos até a PIB do Rio para ver o Concerto de Natal da Orquestra Jovem do Conservatório Brasileiro de Música e o Coro do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil. O concerto fez parte do evento Música de Primeira que acontece toda primeira quinta-feira do mês. Abaixo tem o link para a página do evento:
http://musicadeprimeira.wordpress.com/

Se gosto de música clássica? Ainda não! :O) Meu antigo professor de guitarra chamava o violino de vuvuzela, rsrs.

Mas vi um documentário da BBC de Londres, sobre Bach, que achei bem legal. Infelizmente só achei com legenda em espanhol. Se alguém achar em português avisa. Bach era luterano e morreu conhecido apenas como grande organista. Só bem mais tarde foi reconhecido como compositor. Aos 18 tocava numa igreja luterana e deixava o povo louco de raiva, porque incrementava demais os hinos tocados regularmente. Jovens fazem isso mesmo. Quem toca sabe disso, rsrsrs. Vou deixar o link para o documentário também:

domingo, 25 de novembro de 2012

Leonardo Boff II

"Devido a ressurreição de Jesus o cristianismo deixa de ser uma religião saudosista que comemora um passado. É uma religião do presente que celebra a certeza de uma presença viva e pessoal." (p.112).
BOFF, Leonardo. Jesus Cristo Libertador. Editora Vozes.

O professor Osvaldo diz que esse papo de humanização de Deus é muita água-com-açucar (ver link abaixo), mas o livro de Boff trata desse ponto de vista de forma admirável.
http://peroratio.blogspot.com.br/2012/11/2012784-o-deus-da-igreja-e-re.html

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Leonardo Boff

Estou gostando de ler Jesus Cristo Libertador, de Leonardo Boff. A editora Vozes relançou no formato de bolso. Ando coletando algumas frases. Estou deixando uma amostra.
"O Reino de Deus abarca tudo: mundo, homem e sociedade; a totalidade da realidade deve ser transformada por Deus." (p.45).
"Cristo assumiu nossos anseios mais profundos." (p.50)
"Reino de Deus não quer ser outro mundo, mas o velho mundo transformado em novo." (p.43).
"Difícil é criar para cada momento uma norma inspirada no amor." (p.57). Fácil é quando tudo está pré-determinado pela lei.
"Em Jesus se revelou o que há de mais divino no homem e o que há de mais humano em Deus." (p.66).
Depois posto outras.
O legal é o destaque que o autor dá para a humanidade de Jesus para posteriormente apontar sua divindade. Um abraço.

domingo, 11 de novembro de 2012

Dois filmes Tristes

Gosta de histórias tristes? Eu gosto. Drama! Vi dois filmes que gostei. O primeiro é a história de Ingrid Jonker uma poetisa sul-africana hiper-perturbada: "Borboletas Negras". O segundo é um filme canadense, chama-se "A Minha versão do Amor". Mas se você não gosta de filmes longos, tristes e "lentos" nem tente esses.  :O)



Irineu

"Sem Deus não se pode conhecer a Deus."
Irineu.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

No compasso da história

Programa apresentado e dirigido por Joyce Moreno que mostra a História do Brasil sob a ótica da música. Bem legal! Canal MultRio, sextas às 20h.
O programa desta sexta aborda a Era Vargas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Drummond - 110 anos!

Precisei de poesia.
Sim.
Queria a estética dos versos, com sua música e ritmo.
Jogo de palavras, de sentido.
Escolhi Carlos Drummond de Andrade.
Só por causa da sua antologia na versão de bolso da Bestbolso. :O)
Escolhi o volume 2, que reune 6 livros de poesia.
Escolhi por causa da foto: O velhinho sentado feito criança no tapete.
E assim vou saciando minha fome de poesia.
Ás vezes lendo, às vezes relendo a mesma poesia.
Pensando, procurando o pensamento do Drummond na poesia dele.
Gostei de ler com calma, reler, ver a cor das palavras juntas,
porque poesia é caixa de giz de cera e as palavras as cores diferentes que se misturam.
Poesia é melancolia nesse Drummond de "Vida passada a limpo", primeiro livro da antologia no volume 2.
Mas também de alegria, enfim, de vida é o que se pode dizer.
Vou lendo e me saciando.
Diivertindo-me, porque ler, para mim, é divertimento.
Em primeiro lugar.
E que você, leitor, encontre bons motivos para se divertir com algum livro também.

Primeiras Estórias

Parei em frente a minha estante de livros e fiquei ali admirando a pequena coleção, namorando e aí aproveitei e li a última estória contada por Guimarães Rosa nesse seu "Primeiras Estórias". Ruy Castro escreveu que Guimarães Rosa inventou uma língua portuguesa só para ele. Fiquei rindo quando li, porque concordei. Não é um livro que tenha gostado, talvez apenas de "Famigerado" e mais alguma outra estória. É difícil ler Guimarães Rosa. Ainda tenho aqui "Sagarana", mas vai ficar fechado por enquanto. A dica é permanente: vá ao sebo quando quiser comprar livro. Vai pagar um preço justo e se procurar, encontrará livros em excelente estado de conservação.

domingo, 4 de novembro de 2012

Reencarnação ou Ressurreição

É bem escrito e numa linguagem objetiva e simples (132 páginas). A primeira parte mostra algumas razões para explicar a atração que a doutrina da reencarnação exerce nas pessoas – em pesquisas realizadas pelo próprio autor, (um “galerão” entre católicos declara acreditar na reencarnação), na segunda parte faz uma crítica a este modelo (e mostra ser incompatível a crença na reencarnação e na ressurreição ao mesmo tempo) e na terceira e última parte apresenta a alternativa cristã: a ressurreição.
Na reencarnação o próprio indivíduo é responsável por sua salvação que se dá num processo de purificação do carma em sucessivas vidas aqui na Terra. Nesse modelo, inspirado no dualismo, o corpo é secundário, é apenas um veículo para a purificação da alma. "A reencarnação ignora o perdão divino e o principio da Graça". Há um capítulo sobre o purgatório, já que o autor é católico e tem um final meio "mandraque" para dar argumentos científicos sobre a ressurreição do corpo. De modo geral, é um bom livro e fácil de ler.
Encontrei em um Sebo por R$10,00, esse livro de Renold J. Blank, Editora Paulus. E ele acabou por furar fila e li na frente de outros livros. :O)

sábado, 27 de outubro de 2012

Gonzaga de Pai para Filho

Mais um excelente filme dirigido por Breno  Silveira. A história do Gonzagão e a difícil relação com seu filho Gonzaguinha. E muito forró do bom! O sotaque e as expressões nordestinas, o humor, o drama, a história de um período do Brasil, tá tudo registrado nesse filme. Vá lá ver, seu cabra da peste rsrsrs.
A terceira idade estava em peso assistindo o filme, mas é um filme para jovens também. Merece ser visto. "Luiz respeita Januário!"

Leseira - O 100º post. De fato! :O)

Leseira
O cansaço, a preguiça, a indisposição
parece que o corpo quer deitar, quer o escuro,
quer também se distrair com qualquer conversa fiada.
Na verdade quer não pensar.

Atletas cansam o corpo, outros cansam a mente.
Vontade de não existir por alguns minutos, mente fora do corpo.
Esgotado vou me arrastando pelas ruas quentes.
O calor contribui para o aumento da moleza.

Horário de verão ajuda a cansar mais.
Disposição já zerada pela manhã.
Água, muita água, falta uma ducha gelada.
O preguiça danada!

Garçom, um suco de couve-com-limão, por favor!
E geladaço, hein!

sábado, 20 de outubro de 2012

Ops! Este é o 99!

Caraca, dei uma de Túlio Maravilha e contei errado. Ele está contando gols, quer chegar ao milésimo jogando pelo Botafogo. Já eu ainda não cheguei ao post de número 100 como pensava. Este ainda é o de número 99, mas falta bem pouco, né?  :O)

Então aproveito para falar de Guerra dos Tronos. Vi a primeira e a segunda temporadas do seriado da HBO. Então decidi ler o livro. Estou lendo o livro 3: Tormenta de Espadas. Perto de terminar a leitura. O autor George R. R. Martin é muito bom na construção de personagens. O que eu atribuo ao sucesso do livro e do seriado para TV. Quanto ao estilo como escritor eu acho ele bem fraquinho. Outro ponto positivo é que ele não tem pena de matar personagens rsrsrs. É sério. Ele é bom nisso. Quando você está torcendo por alguém é sinal que ele deve estar próximo de morrer. Isto me cativou na história. Na TV, a 1ª temporada é apelativa demais. Comecei a gostar no penúltimo episódio quando um dos principais protagonistas morre. No geral, vale como divertimento.
até.

100° Post!!!

É, pessoal, post de número 100! E tudo começou quando o Brasil perdeu para a Holanda na Copa de 2010. rsrsrs. Já tem 2 anos isso.

Estou leitor compulsivo, com uma fila grande de livros e lendo alguns paralelamente: Guerra dos Tronos (o maior livro que já li!), Jesus Cristo Libertador (afinal são 40 anos da Teologia da Libertação!), História do Pensamento Cristão (Paul Tillich), Assim Viviam os Contemporâneos de Jesus (Michael Tilly) e Resistência e Submissão (Dietrich Bonhoeffer). Em breve escrevo algo sobre eles.

Estou ansiosamente aguardando o lançamento do e-reader da Kobo pela Livraria Cultura, já que a Amazon adiou a chegada por aqui para julho /2013. O Kindle PaperWhite é agora sonho mais distante. O positivo alfa é uma opção, mas quero ver quanto vai custar o Kobo. E aí eu entro no mundo dos livros digitais.
Um abraço e até a próxima.

sábado, 29 de setembro de 2012

O Último Cabalista de Lisboa

O legal desse livro é a mistura da literatura de suspense com a cultura judaica. O leitor acompanha a ansiedade e a fixação de Berequias Zarco em  descobrir o assassino de seu tio, um mestre da Cabala. Tudo isso ocorre durante o massacre de judeus em Lisboa, no século XVI (mais um capítulo de intolerância religiosa). O livro contém um glossário dos termos judaicos que adicionam um elemento de curiosidade, que é bem legal. Uma pequena amostra:
Matza - Pão ázimo, que leva apenas farinha e água, e que se come durante as festas da Páscoa.
Shohet - Açougueiro judeu especialmente apto nas técnicas de abate de animais.
Samael - Nome de satã para o judaísmo.
Vale a leitura. Edicão da Bestbolso com 414 páginas.

sábado, 22 de setembro de 2012

Somzêra - Marquinhos Gomes

Dá muita vontade de ver essa galera ao vivo: Marquinhos Gomes e Banda. MUITO BOM!

CD: Ele não Desiste de Você.
Destaques para "Não Morrerei", "Todo Poderoso Deus", "Chegada do Leão" e  "Socorro de Deus".  Aumenta que é SOMZÊÊÊRA!!!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Robô Fedorento

Davi, porém, disse ao filisteu: “Você vem contra mim com espada, com lança e com dardos, mas eu vou contra você em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou”. 1 Samuel 17:45

Você já ouviu falar do robô Fedorento? Fedorento é um robô muito feio, uma geringonça mal pintada e feita de canos de terceira categoria colados um ao outro. A cola usada em Fedorento tem um cheiro horrível; por isso, o nome.
O Departamento de Pesquisas Navais dos Estados Unidos e a NASA lançaram um concurso robótico subaquático. Fedorento foi inscrito na competição, e foi saudado com risadas. Fedorento concorreu com o protótipo inscrito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, uma máquina muito bonita criada por 12 engenheiros de elite e estudantes do curso de ciência da computação.
O custo total de Fedorento foi de 800 dólares, doados por comerciantes locais. Seus criadores foram quatro adolescentes de calças largas e tênis, estudantes da Escola de Ensino Médio Carl Hayden, em Phoenix, Arizona, EUA. Os quatro eram imigrantes mexicanos ilegais. Eles viram o anúncio da competição no mural colocado ali por dois professores de ciências da escola que se ofereciam para ajudar a equipe que desejasse participar do concurso. Assim, eles decidiram se inscrever. Os adolescentes construíram Fedorento com canos de PVC e peças comuns de computador. Em seguida, foram para Santa Bárbara, Califórnia, onde a competição seria realizada.
A competição exigia a construção de um robô que fosse capaz de explorar um submarino submerso. Assim que os quatro adolescentes de Hayden viram que a escola de engenharia mais prestigiada dos Estados Unidos estava inscrita na competição, sentiram-se intimidados.
Porém, algo muito engraçado aconteceu naquela competição. Fedorento ganhou o prêmio máximo. Ele desempenhou uma tarefa que o outro robô não foi capaz de realizar: sugar o fluido de um pequeno recipiente a mais de três metros abaixo d’água.
Por que gosto tanto dessa história, verdadeira em cada detalhe? Porque gosto muito de histórias em que pessoas desvalorizadas e menosprezadas decidem lutar contra o improvável e saem vitoriosas. E essa é uma das razões pelas quais a história de Davi e Golias atrai a atenção de pessoas de todas as idades. A história de Davi talvez seja a melhor história de alguém desvalorizado e menosprezado que alcançou a vitória, mas o Bom Livro está repleto de histórias assim, pois a Bíblia fala da graça, que faz de homens e mulheres comuns verdadeiros heróis.

William G. Johnsson

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tema do Incrível Hulk no seriado antigo

O seriado mais triste! A música do doutor indo embora. Caraca, maluco! Deprê, total! :O)

Marisa Monte - Gentileza gera gentileza.

Muito agradável ouvir Marisa Monte. Uma mistura de música infantil com poesia e uma voz que combina perfeitamente. Classe A! Vejam e ouçam "Gentileza".


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A Revoada

Uma história de suspense. Assim defino essa obra do colombiano Garcia Marquez, o seu primeiro romance pubicado. Li em dois dias. Afinal, que mistério está por traz da morte do Doutor? Por que a aversão do povoado à este homem? Livro esquisito é o que posso dizer. O mais legal é que estava num sebo e custou R$5,00!  :O)  

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

À Beira do Caminho

Filme de Breno Silveira, com tema sobre vida de caminhoneiro e o encontro com menino em busca do pai. O final é previsível, mas é um filme muito bonito. Belas locações que combinam com a trilha sonora transbordante - quem tiver ouvidos, ouça! :O)
As frases de caminhão aparecem em momentos certos do filme dando a direção. A última delas é: "Espere o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier." Belo filme nacional. Inté.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Rio Iemanjá 2016?

Achava que Iemanjá estava mais associada com a Bahia do que com o Rio de Janeiro. Só ouço falar de Iemanjá por aqui nas festas de fim de ano, mas na apresentação do Rio para as Olimpíadas de 2016 estava lá a Marisa Monte representando Iemanjá. A organizadora da apresentação disse que não fugiria dos clichês e mostrou samba, mulatas, futebol, Pelé, etc. até aí ok, mas e Iemanjá? Se fosse um São Jorge eu entenderia, porque ouço muito mais dele. O Cristo Redentor também entenderia. Será que é por causa da Gabriela? do Jorge Amado? Iemanjá símbolo nacional? Fiquei com a dúvida.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Olimpíadas 2012

A única coisa que me empolga nessas Olimpíadas até agora é o basquete masculino. Não tenho a menor noção de basquete, mas eu gostei de ver os jogos da seleção brasileira. Infelizmente não vi Brasil e Argentina.
Até o uniforme eu gosto. Acho muito mais legal o verde do basquete do que a amarelinha da seleção.
Outro papo. E as desculpas dos atletas nas derrotas? Fala sério! uma disse que foi o vento, um outro, me contaram, disse que Deus não quis, etc.

sábado, 4 de agosto de 2012

Infância - Graciliano Ramos

Encontrei em sebo (ótimo estado), paguei R$7,00 e terminei a leitura de meu segundo livro do autor. Havia lido Vidas Secas e o único capítulo que gostara foi a morte da cadela Baleia. Mas isto faz tempo.
Infância narra a vida do autor até os 11 anos e é muito bom! Mostra uma criança em situação difícil, que não recebia carinho dos pais, que sofria para entender o mundo dos adultos e seus encontros com professores que só faziam com que detestasse aprender. G. Ramos era praticamente analfabeto aos 9 anos. Seu interesse pelo significado das palavras o levaram aos dicionários e ao aprendizado. Boa leitura! Capítulos curtos tornam ainda mais agradável a história desse grande autor nacional. Inté.

terça-feira, 31 de julho de 2012

O Deus que Falhou (do Metallica)

É uma música do Black Album, The God that failed. O autor inspirou-se na sua mãe, que faleceu de câncer, após recusar tratamento médico alegando que Deus a curaria. A música é de revolta e culpa Deus pelo falecimento. Entendo a revolta, mas infelizmente a culpa é de uma leitura da Bíblia. Digo de "uma", porque existem várias formas de ler (interpretar) a palavra de Deus. Uma que gera morte e não vida deve ter algum problema, porque a verdade que liberta é uma mensagem de vida e não de morte. Infelizmente ao longo da história os textos bíblicos geraram morte em vez de vida. A culpa não é de Deus é nossa, com nossa leitura cheia de "justiça" e de "verdade" aos nossos próprios olhos. Que Deus tenha misericórdia de nós! E que as pessoas possam encontrar cura pela própria Palavra quando encontrarem pessoas que a usem para gerar vida em vez de morte.

Letra e tradução da música:
Sobre a história por trás da música:

Obs.: Tenho colocado o marcador "Teometal" nos posts que tratam de olhar as músicas do Heavy Metal sem interpretá-las em primeiro lugar como músicas do demônio, como é a praxe no meio evangélico. Tenho procurado entender o que essas pessoas estão dizendo nas suas letras com sentimentos como raiva, angústia, vazio e que muitas não encontraram resposta num Deus apresentado a elas. Isto sem negar que para muitas bandas o ocultismo e outras formas de religião foi a escolha feita.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Black Album

Album do Metallica, sucesso de vendas! De fato, depois de mais de 10 anos continua impressionante! Só tem música boa (pra quem gosta desse estilo, claro). Músicas como Unforgiven, Nothing Else Matters, Sad but True, que tocaram muito na época estão nele. Os riffs de guitarra são marcantes e sem dúvida viraram referência. Meu amigo Guttemberg, dizia que o Metal (Rock) é a cara dos tímidos. :O)
Pode ser. Agora deixa eu aumentar o volume. rsrs.
Somzêraaaa!
Inté.

sábado, 21 de julho de 2012

Rally-X

Costumava jogar num fliperama perto da minha casa na década de 80. O jogo é bem simples, pegar as bandeiras num labirinto, enquanto foge dos carros inimigos. A jogabilidade é ruim, mas na época era tudo de bom. Rsrsrs.
Ainda é divertido. Segue o link:
http://jogosonline.uol.com.br/rally-x_4709.html

domingo, 15 de julho de 2012

O Estrangeiro

Seguindo pelo caminho das curiosidades literárias, acabei de ler este livro de Albert Camus. Mais um na edição de bolso (Editora: Bestbolso). Esse vem acoplado com uma outra obra do autor: A Peste. O Estrangeiro é um romance curto, apenas 112 páginas nessa edição. O autor pertence ao círculo do Absurdo e essa história dá uma boa amostra. É sem pé-nem-cabeça, em linguagem popular e "natural e inverossímil" para os eruditos. Meursault, o protagonista, é envolvido em um assassinato e o clímax da história está justamente no seu julgamento. O autor direciona o leitor para o acaso na vida Meursault, um homem que parece indiferente a vida, mas que na verdade apenas recebe tudo que ela traz de forma natural (as coisas boas e as más). Principalmente, ele gosta do mar e de dias ensolarados. Lembrei do conceito de ataraxia, nas minhas aulas de introdução à Filosofia, enquanto lia o livro. :O) A presença de dois religiosos (um capelão e um padre) tentando levar Meursault a Deus beira a caricatura. Meursault não crê em Deus e para ele faz todo sentido, enquanto para um religioso é justamente o contrário.
Curiosamente, Albert Camus morreu num desses eventos "naturais e inverossímeis". Faleceu num desestre de automóvel, porque aceitou um convite de última hora para uma carona. Já tinha inclusive passagens compradas! Um outro amigo recusou o convite e Camus foi. Foi mesmo!
Camus era doutor em Filosofia, mas segundo o prefácio de Manoel da Costa Pinto O Estrangeiro não é uma obra para espelhar sua filosofia. Tenho cá minhas dúvidas sobre isso. Até o próximo post, amiguinhos. rsrsrsrs.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Lendas e mitos judaicos D'além mar

Fonte: Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG
https://www.ufmg.br/nej/maaravi/artigoreuven-exilio.html

A lenda abaixo foi usada por Umberto Eco no seu romance "Baudolino". O artigo, do historiador Reuven Faingold, apresenta outras. Uma delas, a do reinado do Preste João também foi utilizado por Eco no romance citado acima.
As dez tribos perdidas de Israel
O destino das dez tribos perdidas durante o cativeiro assírio gerou inúmeras teorias, todas elas polêmicas e especulativas. A fértil imaginação romântica foi estimulada por narrativas pouco prováveis que, testadas por métodos científicos, permitiram reconstruir fatos mais ou menos documentados sobre a existência e o destino dessas dez tribos de Israel.
O relato dessa lenda começa depois que judeus do Reino de Israel (exceto as tribos de Benjamin e Judá) foram levadas em cativeiro pelo rei Salmaneser no século 8 a.C. O texto do Livro II dos Reis 18:11 relata que "o rei da Assíria levou Israel para Assíria e os colocou em Chalah e Chabor, as margens do rio Gozan, e nas cidades medas". Durante toda a Idade Média e início dos tempos modernos, a descoberta das dez tribos perdidas era permanentemente anunciada por viajantes e cronistas judeus. Provas de sua existência foram registradas, mencionando-se judeus em lugares recônditos como China, Japão, Sudão, Azerbaijão, Abissínia, Daguestão, Índia e nas regiões do Novo Mundo. Judeus espalhados pelas comunidades de Kaifeng, khaibar, Cochim, Ormuz, Criméia, Sahara, Bombaim e Iêmen, seriam também uma parte inseparável do povo de Israel misteriosamente oculto no tempo e no espaço.
No primeiro livro das *Antiguidades de Israel*, Flavio Josefo afirma que essas dez tribos tenham habitado às margens do rio Eufrates. Esse argumento do mais antigo historiador judeu foi mantido como verdadeiro até o século 9. Porém, tudo mudou com a aparição de Eldad El-Dani, um judeu que visitou comunidades na Babilônia, ao norte da África e na Espanha. El-Dani afirmava ser descendente de uma comunidade situada ao leste da África, um lugar no qual moravam algumas das dez tribos: Asher, Gad, Naftali e Dan. Suas palavras despertaram o interesse dos israelitas nas várias comunidades; semeando fortes esperanças messiânicas; pois, segundo a tradição judaica, as profecias não se realizarão enquanto não se concretize a congregação dos remanescentes de Israel, e dessa forma, possa ser presenciada a sonhada Redenção.
A maioria dos rabinos, sedentos dessa redenção, acreditou piamente nas afirmações de El-Dani e suas revelações encontraram boa repercussão fora do mundo judaico. Judaísmo e Cristianismo ficaram intrigados. Com raízes no ocidente, essas religiões precisavam saciar uma forte efervescência messiânica acumulada através dos tempos. A cristandade ficou maravilhada com a lenda das chamadas "Dez Tribos Perdidas" e se envolveu por completo nessa fascinante aventura a procura da Salvação. O Judaísmo, também, acompanhou de perto essa constante busca de seus remanescentes.

sábado, 7 de julho de 2012

Jerusalém, uma cidade, três religiões

Terminei de ler mais esse "pesadão" da Karen Armstrong. Como sempre, mais um bom livro dela. Esse deixa uma sensação desagradável ao ver tanta violência em nome da religião e a certeza de que não precisava nada disso. Para aqueles que conhecem a Bíblia é uma ótima leitura para saber o que aconteceu depois com Jerusalém. Os desdobramentos não são nada agradáveis, mas a autora deixa aberto a possibilidade da paz em Jerusalém, desde que cristãos, judeus e palestinos ponham em prática a compaixão, que é recomendada nos textos sagrados dos três grupos. Tarefa difícil dado o passado, porém necessária. Jerusalém, construída e destruída tantas vezes por causa do egoísmo e fanatismo de muitos. De intolerância de todos os lados. Triste. Realmente triste. Houve alguns momentos de paz no passado, quem sabe aconteça novamente. Inté.

sábado, 30 de junho de 2012

U2, O Rappa e Eagles

Estou agora me enveredando por DVDs de shows. O do U2, no estádio Rose Bowl, da turnê 360 graus, é ótimo. Produção caprichada e clássicos da banda.
O Rappa, na Rocinha. Show de 15 anos de formação da banda, gravado na maior favela da América Latina. Sempre me impressionou a religiosidade contida nas músicas. Leva-me a pensar numa banda secular composta por evangélicos, que é o oposto de uma banda evangélica que quer tocar na mídia secular. Devaneios meus. :O). Ouçam "Súplica Cearense" (regravação de uma música de 1967).

O terceiro DVD é da banda Eagles num show de 1995 na Nova Zelândia, com chuva e frio. Não gosto muito das músicas country deles, mas os rocks e algumas baladas são sinistras!
Abraço!


Apocalipse, parte 3

Então, era Jesus um apocalíptico? Dois artigos: O primeiro, de Augustus Nicodemus. Para ele, a resposta é não. O segundo artigo é de Valtair Miranda. Tenho postado aqui artigos que possuam revisão de literatura, porque resumem os estudos sobre o tema e assim poupam tempo. Vou encurtar esse post, já que o outro (parte 2) ficou grande. Para mim, Jesus utiliza a maneira apocalíptica fazendo uma releitura, onde Ele representa o salvador. Curtam os artigos. Inté.
"O Jesus Apocalíptico: Retomada da Questão" - Valtair Miranda
http://www.nea.uerj.br/nearco/arquivos/numero1/arquivo9.pdf

"O Sermão Escatológico de Jesus: Análise da Influência da Apocalíptica Judaica nos escritos do Novo Testamento" - Augustus Nicodemus
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_V__2000__2/Augustus.pdf

terça-feira, 19 de junho de 2012

Apocalipse, parte 2

Deixei de lado o estudo dos comentários e comecei a procurar artigos sobre o tema Apocalipse. Deixei os comentários por causa da grande divergência entre eles. Nessa nova fase estou procurando entender o contexto do livro de Apocalipse e muitos pesquisadores tem dedicado seu tempo a essa tarefa. Entendo que isso pode ser útil para uma melhor compreensão do livro. Sendo assim, deixo os links para dois artigos. O primeiro é muito interessante porque traz uma revisão da literatura sobre a influência persa no judaísmo. O autor mostra que o contato com os persas influenciou na concepção de fim dos tempos do povo judeu (juízo final, ressurreição dos mortos, etc.). É um pouco cansativo, mas muito importante, principalmente porque mostra as opiniões contrárias a essa tese. O segundo, postei o link porque resume três estudos que tratam do Apocalipse guiados pela crítica social. É uma boa forma de conhecer sem passar pela leitura inteira dos estudos (que pode ficar para mais tarde). O primeiro autor é Paul Duff. Ele entende que a origem do texto de Apocalipse não é uma perseguição aos cristãos, mas uma crise interna baseando-se nas cartas as 7 igrejas no início do livro. Há uma tensão entre cristãos que atuam no comércio e tem relacionamento com a sociedade romana e os outros (dentre eles o autor do livro de Apocalipse). "Visto desta forma, o cerne do conflito subjacente ao Apocalipse, entre Joao e Jezabel, pode ser encontrado em aspectos sociais da vida cotidiana das comunidades. Jezabel defendia o engajamento com a sociedade, e João recomendava uma ruptura e consequente afastamento." (p.5). O segundo autor é Nelson Kraybill - *Culto e Comércio imperiais no Apocalipse de João*. Sao Paulo: Paulinas, 2004."Sua tese é de que um número grande de judeus e cristãos do primeiro século possuia uma chance de se sair bem na estrutura comercial do Império Romano, e com isso ascender social e economicamente. Por outro lado, visto que o Culto Imperial desenvolveu-se neste mesmo periodo, ele tornou-se com o tempo cada vez mais relacionado com a estrutura comercial do Império. Para se relacionar bem com a sociedade, e como consequencia conseguir vender seus produtos, era tentação para os comerciantes cristãos e judeus a participação no culto imperial de Roma. Ao ver isso, o visionário João critica fortemente a estrutura comercial de Roma e vaticina seu fim iminente." (p.7). O terceiro autor é Nestor Paulo Friedrich. Ele defende que uma líder cristã estava interagindo com a sociedade romana e João a critica por isso (idolatria). Deixo para vocês um trecho da conclusão do artigo:"A critica que precisa ser feita aos autores, entretanto, é que aparentemente eles esquecem ou ignoram a poderosa experiência visionária experimentada por João na Ilha de Patmos. Ao assim fazerem, deixam de lado também a rica tradicão teológica e religiosa atrás de João, como o Antigo Testamento e as correntes apocalípticas anteriores." (p.10)
Os links:
As influências persas no chamado judaísmo pós-exílico, de Dionísio Oliveira Soares.
http://www.revistatheos.com.br/Artigos/Artigo_06_2_02.pdf

“Sai Dela, Meu Povo”: Crítica Social no Apocalipse de João, de Valtair Miranda.
http://www.revistatheos.com.br/Artigos/Artigo_06_2_05.pdf

Esses artigos me levaram a perguntar até que ponto Jesus era um apocalíptico, ou seja, pertencente ou influenciado pelo movimento apocalíptico (séc 2 a.C. até séc. 2 d.C.). A pergunta apareceu por causa do discurso de Jesus em Mateus 24, onde o messias fala de pessoas que serão levadas e outras deixadas, no dia do julgamento, etc. O próximo post vai mostrar alguns resultados da busca. Inté.

sábado, 9 de junho de 2012

Caraca, maluco: Apocalipse!


Resolvi estudar o Apocalispe de João. Baita, desafio!
Primeira Fase: Euforia.
Ouvi em aúdio a narração dos 22 capítulos e ao final já não estava ligando nada com nada, mas pelo menos tinha uma audição recente do conjunto da obra. Decidi então conseguir alguns comentários e ler paralalemente, capítulo por capítulo, com a Bíblia.
Segunda Fase: Desânimo.
Encontrei na internet o Comentário Bíblico Esperança:
http://issuu.com/alchimac/docs/coment_rio_esperan_a_-_apocalipse/4
e além desse, achei no sebo "Como Ler o Apocalipse" do José Bortolini. Já são duas interpretações bem diferentes. Tem também a interpretação futurista, na linha do filme "Deixados pra Trás".
O desânimo veio ao perceber facilmente que cada um fala o que quer sobre Apocalipse e de fato, ninguém sabe do que ele trata. Pelo menos no nível do detalhe. Porque no geral é a vitória do cordeiro e um texto de esperança para os cristãos. Mas quem são os 24 anciãos, os 144.000, o significado das trombetas, etc.? É uma doideira só! Cada um fala uma coisa.
Terceira Fase: Acalmando
Encontro um artigo do prof. Valtair Miranda, que tem uma frase exemplar:
"(...) uma boa postura diante de um texto cheio de interpretações divergentes é a humildade e a convicção de que ninguém é dono da verdade. Além disso, a salvação de um indivíduo não é condicionada à sua posição escatológica." (p.8). Abaixo segue o link para o artigo na revista Theos:
http://www.revistatheos.com.br/Artigos/Artigo_05_03.pdf
O artigo também mostra as linhas de interpretação do apocalipse. É um bom texto PARA COMEÇAR o estudo do Apocalipse.
Sendo assim, estou direcionando-me para: O Apocalipse de João fala de uma realidade vivida na época do autor e os símbolos ali estão ligados a essa época. Mas ainda tenho muitas questões para serem resolvidas e, portanto, essa não é uma posição definitiva. Por fim, bem nessa época, parou esse livro na minha mão: Poder Global e Religiao Universal de Juan Claudio Sanahuja, da Editora: Ecclesiae. Há um capítulo cujo título é: O anticristo será pacifista, ecologista e ecumenista (p.124). Essa é uma linha de pensamento com a qual não me identifico, a do tipo futurista que tenta encontrar na nossa época o anticristo. Outros autores falam sobre o chip como marca da besta, etc. Essa linha de interpretação é a mais disseminada na mídia. Vou criar um marcador para Apocalipse e assim vou acrescentando novas descobertas.
Vamos ver no que vai dar.
:O)

domingo, 3 de junho de 2012

Guimarães Rosa

"Pai, a vida é feita só de traiçoeiros altos-e-baixos? Não haverá para a gente, algum tempo de felicidade, de verdadeira segurança?" E ele, com muito caso, no devagar da resposta, suave a voz: - "Faz de conta, minha filha... Faz de conta..."
"Nada e Nossa Condicão" - João Guimarães Rosa, em "Primeiras Estórias" (p.132).
Editora Nova Fronteira

Naim Gork

Naim Gork acordou com dificuldade. Sexta-feira, último dia de trabalho da semana e as forças já no fim. Mais um dia de engarrafamento, de tempo perdido, de irritação e de sono. Chega ao trabalho às 8 horas e só pensa em poder voltar para casa. Queria estar aposentado e aproveitar a vida, mas não tem idade e tempo de contribuição previdenciária para isso. Quando tiver, já vai estar quase morto e não vai poder aproveitar tanto. No trabalho, o mesmo de sempre, e às vezes nada, ou melhor, frequentemente nada de interessante. Atende a ligação de uma instituição de caridade pedindo dinheiro. Ouve a moça até o final, só por educação, e enfim diz que não vai ajudar. Sem o menor problema com isso. Volta-se para o computador e lê o jornal na internet. Chove. Pensa no almoço e no restaurante que vai (de preferência perto). No jornal nada de interessante. Ao final do expediente vai ao bar e toma uma cerveja. Pega o ônibus cheio e lento por causa do trânsito. Depois de uma hora chega em casa. Toma banho, come e pronto. Mais um dia está acabando. Não fiz nada, pensa. só desperdiçei meu tempo. Piromba! Que vida sem graça!
No dia seguinte, acorda às sete da manhã. "Isto não é hora para acordar num dia de folga". Tenta dormir, porém é inútil. Levanta e faz o café. Liga o rádio para logo em seguida desligar. Acende um charuto, olha pela janela o tempo nublado. Tem vontade de pular, mas falta-lhe algo. Não, na verdade, ainda acha que é melhor estar vivo. Vai para rua e no caminho encontra o porteiro. Começam a conversar. O porteiro está bem-humorado. Foi um encontro agradável. Já na rua, conversa com o jornaleiro. Ouve umas piadas e falam de política rapidamente. De volta ao caminho, chega ao mercado. Movimento fraco, ainda é cedo, diz a caixa, enquanto passa na registradora os produtos. De volta a rua até a chegada em casa. Olha pela janela. Tempo nublado. Sorri. Agora a vida parece bem mais interessante. Curioso como o encontro com pessoas pode mudar perspectivas. Pelo menos ele não encontrou nenhum espírito de porco, senão teria pulado. Talvez não. Às vezes o que precisamos é só uma pequena mudança para encontrar graça. Menos até, basta uma volta pela vizinhança e ela nos encontra. Porque a graça da vida está nas coisas simples que ela traz.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O Queijo e os Vermes

Finalizada a leitura desse livro de Carlo Ginzburg, historiador italiano, que conta o desenrolar do processo contra Menocchio, preso pela Inquisição. O réu era moleiro da região do Friulli, na Itália. Depois de passar dois anos preso é libertado, mas comete o mesmo erro e volta a ser preso e posteriormente condenado à morte. Entre as heresias desse moleiro estão:  negação da divindade de Jesus, a negação da imortalidade da alma, o panteísmo (Deus está em todas as coisas, tudo é Deus) e a negaçao da virgindade pérpetua de Maria. Esse era um tempo que expressar sua opinião, principalmente em questões religiosas, poderia levá-lo a morte, se não estivesse de acordo com os dogmas da igreja. O livro mostra trechos do processo com as perguntas do inquisidor e as respostas do réu. Bem interessante. Que bom! Atualmente podemos expressar nossas opiniões sem sermos queimados. Pelo menos por aqui. Inté.

domingo, 27 de maio de 2012

Apocalipse Gourmet

Estudos apontam 13 ingredientes que o aquecimento global e outras catástrofes naturais podem fazer desaparecer da mesa. Entre os alimentos que podem ganhar o selo de "em extinção" estão a banana, o arroz e o cacau! Eu acho que é alarmismo - aliás como muita coisa que falam sobre a crise ambiental, mas segue o link com a matéria.
O título pelo menos é engraçado "Apocalipse Gourmet". :O)
http://comida.ig.com.br/comidas/2012-05-16/apocalipse-gourmet-coma-antes-que-acabe.html

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Menocchio

" 'O senhor acredita então', insistiu o inquisidor: 'que não se saiba qual seja a melhor lei?' Menocchio respondeu: 'Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor, mas não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu avô, meu pai e os meus irmãos são cristãos, eu quero continuar cristão e acreditar que essa seja a melhor fé' ". (p. 92).
O Queijo e os Vermes.
Carlo Ginzburg.
Editora: Companhia de Bolso.

Caio Fábio

"Não existe nenhum grupo mais ególatra dentre todos os movimentos religiosos planetários do que o movimento evangélico. Isso por causa da semente dele – a semente é má, é de divisão. A semente original, de protesto contra a Igreja Católica, transformou-se numa semente de protesto existencial contra tudo. Essa divisão criou a ênfase no dogma doutrinário. Isso divide, qualquer que seja o desencontro, em qualquer nível na escala de valores. Falta tolerância naquilo que não tem significado para a salvação, no que não altera o DNA do Evangelho. Esse tipo de tolerância no olhar nunca existiu. O que se instituiu foi a prevalência do existencialismo espiritual, e esse não lida com as categorias objetivas de valor. E logo o chamado movimento protestante virou esse guarda-chuva evangélico, sob o qual cabem todas as coisas. Quando é que pode haver unidade e serviço ao próximo se, no meio evangélico a unção para nada serve senão para erigir egos? A unção do Espírito Santo deve redundar no amor, na compaixão, na misericórdia, no serviço – mas a “unção” que vemos aí só tem poder para criar lúciferes com purpurina na cara, que atuam em palcos com luzes."
Caio Fábio,
numa entrevista para Genizah.
Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/#ixzz1vnxVskro
Taí um dos frutos ruins da Reforma que citei num post dias atrás.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Egoísticamente

Egoísticamente o que importa é seu bem-estar. Acima de tudo, primeiro você, depois o resto.
Seja você rico, ou pobre, egoísticamente,
primeiro você depois o resto.
Não é questão de sobrevivência, nem falta de recursos, que aliás, é dito por ricos e pobres. Os pobres porque não tem como se manter (mas têm um celular bacana!) e os ricos para manter o padrão.
Primeiro você, depois o resto. Bem depois!
Afinal você tem contas a pagar, impostos, uma família para sustentar, um tênis caro para comprar (seja você rico, ou pobre). Muitas coisas para gastar com você. Não dá para mais nada que não seja com você. Aqui, até gasto com família resume-se a você. E assim não tem como dividir com mais ninguém. Mas você não quer parecer egoísta, ou avaro. A opinião dos outros importa. Então entrega uma quantia simbólica e tudo fica bem. Você com sua consciência e quem recebeu, bem, ganhou sem trabalhar para isso. Resolvido!
Só não pode aparecer alguém que dê muito mais. Aí estraga a lógica. Inflaciona a operação. Gera um constrangimento. Você e outros se incomodam. Agora é preciso fazer algo, desclassificar o outro, dizer que ele tem sobrando e arranjam ene motivos para justificar isso. Que situação ridícula, não é? Não importa mais quem vai receber, ou alegria que vai causar na pessoa. Importa a máscara. Todos deram, todos solidários, todos legais, Parabéns! Até que alguém apareça e cause um alvoroço. Somos muito egoístas! Sem perceber?

terça-feira, 15 de maio de 2012

Um Conto Chinês

Maio é um mês de chuva, tempo nublado e manhãs frias. O verão passou. Nas ruas, os casacos são mais frequentes agora. Tempo bom para ver filme em casa. Por falar em filme, vi "Um Conto Chinês". É um filme argentino que traz como tema uma pergunta antiga: Há algum sentido nos fatos que acontecem na vida? Para Roberto, um dos protagonistas, não há sentido. A prova disso está na coleção de notícias de jornais que ele recorta e guarda. Notícias como: "Depois de esperar 5 anos por um transplante de coração, finalmente conseguiu! Infelizmente, dois dias depois escorregou no banheiro e morreu". Mas Roberto vai mudar de ideia, porque vai descobrir que uma dessas histórias esquisitas vai mudar sua vida. O encontro com um chinês, que procura por seu tio e que vai ficar hospedado com Roberto. Não posso contar mais, senão estraga a surpresa. Veja o filme, se puder. No mais, que a vida nos traga boas surpresas, mesmo quando não parecem rsrsrs.

domingo, 13 de maio de 2012

Crônica da Noite

Acostumei a ouvir sua voz à noite. Nós em Estados diferentes, mas aproveitando a promoção de uma operadora de Celular que cobra apenas o primeiro minuto da chamada. E assim acabamos o dia juntos, passando horas ao telefone. As conversas banais, às vezes sérias, muitas vezes engraçadas. Falamos de saudade, enquanto olho pela janela a escuridão e algumas estrelas no céu. E quando falta assunto? Ficamos algum tempo em silêncio, que só é interrompido por aquela frase sublime com apenas três palavras. Repetimos a frase. Imagino os carinhos, a ternura, o afeto sendo levado pela operadora de celular até a outra ponta, até o outro Estado. Os dias demoram a passar e quanto mais demoram, mais demoramos ao telefone. Madrugadas de carinho por telefone. Assim, esperamos o dia em que poderemos nos encontrar face à face. Digo que gosto do seu jeito, de te ouvir rindo, do seu charme ao falar comigo. Troco várias vezes o celular de lado, às vezes a ligação fica péssima e preciso sair de casa e procurar o telhado, onde o sinal é melhor. Ali prossegue a conversa, vejo algumas nuvens e é inevitável a brincadeira de encontrar formas nas nuvens. Agora mesmo vi um perfil de pessoa se transformar em pássaro. Podia pegar carona numa nuvem... Você ri de mim, ou para mim, não sei. Só consigo ouvir. Uma lacraia atrapalha a conversa. Passa pelo meu pé, que por reflexo a joga para longe. A sensação desconfortável faz com que desça do telhado e procure abrigo num lugar sem lacraias. Fico torcendo para chover e haver raios. Mas está calor e sem possibilidade de chuva. Falamos do tempo, de saudade (de novo!). Sonhamos juntos o futuro, como será, como gostaríamos que fosse.
As noites não são mais as mesmas. Agora elas estão repletas de sentimentos misturados, de histórias de duas pessoas, que também estão fazendo sua história juntas. As madrugadas não são mais as mesmas. A vontade é de permanecer assim, no colo dela (imagino), ouvindo e contando. Trocando declarações de amor e depois adormecer, porque em algum momento o sono vence. E até nisso há conforto, quando ela diz: "Amor, vamos dormir?". Sorrio. Pedido mais doce e justo depois de tudo, de tanta paixão e saudade (por telefone). A frase vira nossa chave para encerrar a noite juntos e esperar por mais um dia. Ou melhor, mais uma noite. Vamos dormir então. "Eu te amo!"
Rio, 12 de janeiro, de 2011.



quarta-feira, 9 de maio de 2012

Os Reformadores. Tão Humanos!

Conforme tendência geral, às vezes pensamos em algumas pessoas como heróis, como fantásticas e aí corremos o risco de achar que elas são perfeitas, ou perto disso. E frequentemente, nos decepcionamos quando descobrimos que o herói fez alguma besteira, que não era tão santo quanto pensávamos.
Quando vemos os Reformadores, como Lutero, Calvino, Zwinglio, etc. nós protestantes pensamos automaticamente em heróis. As 95 Teses de Lutero, Os 5 Solas, As Institutas...
Não gosto dos livros que citam apenas as coisas boas, como não gosto daqueles que só mostram os podres. Gosto quando a história é contada com seus desdobramentos, quando mostra todas essas figuras importantes, como pessoas e não como semi-deuses. Lutero, depois de ter falhado tentando evitar a briga, aprovou o ataque aos camponeses anabatistas que pediam uma reforma social, além da religiosa. Tornou-se praticamente um ditador depois da Reforma, embora estivesse fazendo isso para manter a unidade dentro do movimento que iniciou. Já não dava mais! Ele havia aberto a porta do livre exame das Escrituras.
Calvino concordou com a morte (como herege) de Miguel Servet (Ele não acreditava na Trindade, nem no pecado original.), um estudioso importante e o primeiro a descrever a circulação pulmonar!  Não eram anjos, nem demônios, apenas gente. E gente faz besteira, mas também acerta. Os frutos da Reforma estão aí. Os bons e os maus.
Os nossos frutos também estão aí. Os bons e os maus. Cuidado para não transformar em ídolo alguém que você admira. Lembre que é gente. E gente acerta e erra, erra e acerta. Esse que você admira pode decepcionar também e mesmo assim ter valor.
inté.
Escrito depois de ler os capítulos sobre Lutero e Calvino no livro: "Nascimento e Afirmação da Reforma", de Jean Delumeau.

domingo, 6 de maio de 2012

A Fonte da Vida

Terminei de ler esse pequeno livro (149 páginas) de Jürgen Moltmann, teólogo alemão. É uma reunião de palestras que Moltmann fez e que, por isso, são textos mais "leves". Mas essa "pequena teologia estimulará as pessoas à experiência com o Espírito Santo". Já postei alguns trechos do livro neste blog. Comecei a lê-lo procurando por um livro devocional que não fosse um desses que se encontra fartamante por aí, com "mais do mesmo". O livro começa com a experiência de Moltmann com Cristo, depois de ser sido feito prisioneiro pelos Aliados na 2ª Guerra Mundial - ele servia ao exército nazista. Excelente início. O livro termina com uma oração. excelente final. Eis o trecho final: "Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, / Deus triuno, / Unifica contigo esse mundo dilacerado / e faz com que nós, pessoas, nos tornemos eternos em ti, / unidos com toda a tua criação, / que te louva e exalta / e que está feliz em ti. / Amém." 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Igreja: questão de Confiança (Moltmann)

"A igreja cristã é uma questão de confiança. (...) É óbvio que isso torna a comunidade cristã algo altamente vulnerável e, com muita frequência, uma decepção. A comunhão da confiança mútua não pode ser cega e crédula, mas deve ver e saber, e apesar disto estar disposta a confiar. Como a fé cristã não é uma fé infantil em Deus, mas passou pelas devastações e pelos abismos da cruz de Cristo, assim surge também confiança pelos demais somente quando conhecemos nossas próprias fraquezas e aceitamos as fraquezas dos outros.


Em todo lugar em que pessoas convivem em confiança, surgem conflitos. (...) Um conflito superado previne a indiferença e desperta novo interesse em participar. Um conflito contornado resulta na falta de interesse em participar. Por isso, a confiança é a arte de suportar diferenças e estruturá-las de forma a favorecerem a vida. A confiança está sempre disposta a oferecer um adiantamento. Contudo, também temos de reconhecer que há limites: Nem toda comunhão é boa e tem de ser preservada. Quando ela oprime e sufoca pessoas, a separação é melhor. Nem toda confiança é boa, mas somente a confiança que trabalha e soluciona a desconfiança justificada."

Fonte:
MOLTMANN, Jurgen. A fonte da vida: O Espírito santo e a teologia da vida. Edições Loyola 2002.

sábado, 28 de abril de 2012

Metallica, Maiden e o Evangelho de Judas

"Judas be my Guide" e "The Judas Kiss" são músicas do Iron Maiden e Metallica, respectivamente. O que elas têm em comum? Exaltam a figura de Judas, o apóstolo que traiu Jesus. As letras e traduções são facilmente encontradas na internet. Sentimentos de vazio, raiva, frustração são orientados, nessas músicas para Judas, o traidor, que agora transforma-se em "padroeiro" das pessoas que se identificam com tais sentimentos, considerados "negativos" pela maioria. Nessas letras não se quer evitar esses sentimentos, antes, quer-se conviver com eles, dar vazão a eles e identificá-los com um personagem, um ícone para tais atributos: Judas.
Em 2006 foi divulgado O Evangelho de Judas. Presume-se, uma produção do século II, por gnósticos. Nesse evangelho Judas é considerado como o único que realmente compreendeu a missão de Jesus. A traição nesse Evangelho é vista como libertação. Judas liberta Jesus de seu corpo físico, visto como algo ruim pelos gnósticos. Ou seja, Judas seria um héroi e não um traidor.
Para os cristãos, com a função tradicional de Judas, sentimentos de vazio, abismo, ódio, etc. deveriam dar lugar a sentimentos de plenitude liderados pelo amor. Em vez de exaltar sentimentos "negativos" numa catarse para (ex)purgá-los, opta-se por sua substituição pela presença de Cristo e Seu Espírito Santo, que nos vivifica e nos purifica. Como na oração de S. Francisco: "onde houver ódio, que eu leve o amor." E mais, O corpo não é algo ruim. É dádiva de Deus e a vida em plenitude começa aqui, ainda que incompleta.
A vida é boa, apesar de tudo e como se diz por aí: Só Jesus Cristo salva, mas o rock (como catarse) alivia. rsrsrs.
Inté.

domingo, 22 de abril de 2012

O Inverno da Nossa Desesperança

Taí uma ótima sugestão de livro. Este também libertei de um sebo por R$5,00. Mas o valor dessa história não tem preço. É um livro "cabeça", conforme meu colega de trabalho comentou ao ver a capa (ele não leu!). E ele está certo. É realmente uma história fascinante e os personagens... Cara, esse Steinbeck é sinistro! Um apelo para que não se deixe apagar a luz de cada um. E não estou falando de espiritualidade, embora seja plenamente possível fazer essa ponte.
No link abaixo tem um resumo da história. Geralmente eu não faço isso, porque a ideia desse blog é de posts curtos. Recomendadíssimo!

terça-feira, 17 de abril de 2012

Santificação - Jurgen Moltmann

"Para os cristãos, a santificação é seguir Jesus e ser vivificado no íntimo pelo Espírito de Deus. As bem-aventuranças e os desafios do Sermão da Montanha orientam para viver na santificação. (...) Na vida de santificação está em jogo um certo sincronismo com Cristo, e nessa comunhão com Cristo está em jogo a realização da  condição de nós, humanos, como imagem de Deus."
Jurgen Moltmann.

sábado, 14 de abril de 2012

Uou

Uouuu... (saudação do Jô Soares) :O)
Sabadão de música aqui no apê. Beatles, B.B. King, Midnigh Oil, Miles Davis e ainda toquei guitarra! Uouuu...! rsrsrs
Achei um cd largado lá nas Americanas por R$15,00. É do Midnight Oil. Uma coletânea. Desconhecia a maioria das músicas, mas vale pela presença de Beds are Burning, Blue Sky Mine e King of the Mountain. Ganhei um cd do PG, mas ainda não ouvi. Breve postarei mais alguma coisa do livro que estou lendo do Jurgen Moltmann, teológo alemão.
Consegui também uma coletânea do Led Zeppelin e do Iron Maiden. Muita música, brô! Tô amarradão! rsrsrs.
Abraços.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Missão da Vida - Jurgen Moltmann

"Afirmar e amar tanto a vida que protestemos contra a morte e contra todos os poderes que disseminam a morte".
Faz parte da missão da vida:
a) Consolar os tristes;
b) curar os doentes;
c) sanar as recordações;
d) acolher estranhos;
e) perdoar pecados;
Ponto de partida da missão da vida:
-> Todo lugar onde há vida
-> Onde a vida está ameaçada por violência e morte
-> Onde a vida definha porque se perdeu a coragem de viver.

"Abrange tudo que é vivo, a vida toda."

--> Transforma a presente vida. Espírito Santo: Fonte de Vida.

Bibliografia
MOLTMANN, Jurgen. A Fonte da Vida: O Espírito Santo e a Teologia da Vida. Edições Loyola, 2002.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Maigret e o finado Sr. Gallet

Maigret e o finado Sr. Gallet
Autor: Simenon

Comprei num sebo por R$ 5,00 e foi o segundo livro do gênero policial que li. O primeiro foi um do Graham Greene, que achei muito ruim.
Não foi assim com Simenon. O livro é agradável e consegue prender a atenção. Li na versão de bolso da L&PM. Formato ideal!
Basicamente li no ônibus, indo ou voltando do trabalho. Fiquei com vontade de ler algum da Agatha Christie. Também tem vários títulos dela no formato de bolso. É leitura para descansar.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Salmo 41 - Uma interpretação

Dividi o salmo em 6 partes, quais sejam:
1) INTRODUÇÃO
Versos 1 a 4. Contém uma lista dos benefícios  para aquele que atende aos pobres:
i) O Senhor o livra na adversidade;
ii) O Senhor o protegerá e preservará sua vida;
iii) O Senhor o fará feliz na terra;
iv) Não o entregará ao desejo dos seus inimigos;
v) o sustentará no leito de enfermidade.
2) PETIÇÃO
Verso 4. Que também é uma confissão. "Cura-me porque pequei contra ti."
3) OS INIMIGOS
Versos 5 a 9. A galera que quer ver a caveira do sujeito.
4) O TROCO
Verso 10. "Vou dar o troco assim que melhorar".
5) CONFIANÇA NA MELHORA
Versos 11 e 12. Os inimigos não triunfaram até agora, então o sujeito está seguro da sua condição.
6) LOUVOR A DEUS
Verso 13.

Resumindo: Um doente pede a cura a Deus, sugerindo ao leitor que Deus colabora com quem se compadece do pobre. Durante a leitura somos levados a entender que o doente pertence a essa categoria. Ele dá indicações para isso, já que seus inimigos ainda não haviam triunfado e a sua relação com a integridade. Ou seja, ele está confiante no amparo de Deus, porque preenche os pré-requisitos.
Se for curado ele poderá dar o troco aos inimigos. Encerra com louvores a Deus.

Encontra-se nesse salmo vestígios da: Teologia da retribuição; a preocupação com pobre e a questão da vingança. Estes temas são comuns no Antigo Testamento (A.T.). A teologia da retribuição ensina que se for bom e seguir a Deus tudo irá bem, por outro lado, o perverso que não segue a Deus será amaldiçoado. O livro de Jó é considerado pelos estudiosos como um livro que questiona esse tipo de pensamento. Ali vemos Jó, que é justo, sofrendo e por isso seus amigos insistem que ele está "em pecado". A preocupação com o pobre sempre esteve presente, embora nem sempre praticada, e representa um aspecto importante da justiça de Deus. O rei como representante divino devia praticar a justiça e cuidar dos necessitados. Embora a maior parte dos textos do A.T. atribuam a vingança como algo pertencente a Deus, no salmo 41 o próprio autor declara que vai retribuir aos inimigos.
Dessas 3 características apenas a preocupação com os necessitados permanece no N.T. Não faz mais sentido o "toma lá da cá" da teologia da retribuição e muito menos a vingança. Em vez disso, somos incentivados a orar pelos nossos inimigos e ter amor por eles.
Que estejamos prontos para rejeitar barganhar com Deus em busca de algo de nosso interesse e que a solidariedade esteja presente em nossas vidas. Um abraço.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Nívea Soares - Acústico

Domingão lindo aqui no Rio.
Ouvindo o cd acústico da Nívea Soares. Muito bom!

Centro da Tua Vontade
"Sei que muitos vão dizer que há outro lugar melhor / Sei que muitos vão dizer que eu enlouqueci / Mas não há lugar de honra maior que o teu altar / Tomo minha cruz e sigo a Ti, Jesus."

"E é neste lugar, que eu posso descansar"!

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Richard Shaull

"Surpreendido pela Graça: Memórias de um teológo". Trata-se da autobiografia de Richard Shaull, missionário norte-americano falecido em 2002. Shaull deu enorme contribuição para uma teologia preocupada com os pobres e marginalizados. Como missionário atuou na Colômbia e no Brasil. Foi professor do Seminário Presbiteriano em Campinas entre outros. É tido como precursor da Teologia da Libertação. O livro é muito interssante. Mostra as lutas de um homem para tornar real a influência do cristianismo na sociedade. Mostra também suas decepções com a religião-instituição e seu esforço por sua renovação. Muito boa leitura, independente da sua opção política, já que Shaull era um militante de esquerda convicto.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

2012 - Casado

Vida de Casado nesse 2012 que começou. Janeiro começamos, eu e minha esposa, em Paraty. Gosto desse lugar, que é centro histórico e local de belas praias. Porém, deixo essa imagem de uma das igrejas que é símbolo de Paraty.
Abraços.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Baudolino

Romance de Umberto Eco lido na versão de bolso (editora Bestbolso), encontrado em excelente estado num sebo carioca.
Falta-me o costume de ler romances com tantas páginas. Chega um ponto que só penso em terminar para começar uma outra leitura. Afinal, a fila é longa de livros aguardando serem lidos.
Comecei a gostar da história a partir do capítulo 13, mas com muitos altos e baixos. O livro é em alguns momentos chato por causa das longas discussões teológicas que marcaram a Idade Média como a natureza de Cristo (Homem?, Divino?, Ambos?) e a existência do Vazio. Porém, tem momentos divertidos e a parte final do livro é muito boa. Eco mistura elementos de história e lendas da Idade Média de forma magistral. Para quem está disposto a encarar essa longa leitura (aventura) vai gostar quando chegar ao final. Eu pelo menos gostei. :O)

Ah, FELIZ ANO NOVO!