sexta-feira, 30 de julho de 2010

Iron Maiden e o Salmo 27


The Evil that Men Do (Dickinson, Harris, Smith)

Living on the razor's edge / Balancing on the ledge / You know, you know! / The evil that men do lives on and on

Tradução
O mal que os homens fazem

Vivendo no fio da navalha / Balançando no abismo / Você sabe, você sabe! / O mal que os homens fazem vive para sempre

Dos assassinos ocasionais aos assassinos em série (Chico Picadinho, Vampiro de Niterói, Maníaco do Parque, etc) parece mesmo que o mal que os homens fazem vive para sempre, como na música do Iron Maiden. As mortes são vistas diariamente nos jornais. A maldade parece dominar. Mães matando filhos recém-nascidos, homens matando e esquartejando mulheres, mortes por atropelamento causadas pela displicência de motoristas, bala perdida, etc. A lista de crueldades não tem fim. Dizem alguns: "Sempre foi assim e sempre será!" (novamente a música do Maiden). Alguns podem apelar para a Bíblia "o mundo jaz no maligno", por isso é assim, e sempre será, pelo menos até o dia do julgamento final quando tudo será consumido (pelo fogo?). Formulações que guardam alguma semelhança quanto ao fatalismo. Mas existe alternativa. O Reino de Deus anunciado por Jesus tinha uma dimensão de presente e uma dimensão de futuro. No presente ele já está sendo instaurado (construído), no futuro sua plenitude (realização máxima). Se está sendo construído, então não ficamos de braços cruzados, "devemos vencer o mal com o bem" e existem várias iniciativas neste sentido (de igrejas e iniciativas individuais). É uma visão otimista, melhor, realista. Então, vamos tomar iniciativas que mostrem o Reino de Deus. Pode ser na sua rua, no seu trabalho, na igreja, crendo que haveremos de "ver a bondade do Senhor na terra dos viventes". Quanto ao mal, que ele não nos paralize. Podemos viver no fio da navalha, ou na beira do abismo, enquanto andamos pela cidade, mas podemos dizer "O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei?" (Sl 27,1). Um versículo apenas, de um salmo para ser lido por inteiro nesses dias violentos. E lido com confiança e exultação!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Lembranças dos que se foram, ou links para memórias.


Precisava tirar xerox colorida e fui até uma papelaria no Engenho Novo, perto do tradicional colégio Pedro II. Enquanto a atendente fazia a cópia, me distraia consultando os itens do mostruário: Cortador de unha, “acho que vou levar um”; dados, dados? É. Dados. Lembrei que jogava futebol de botão com dados bem pequenininhos. Borrachas, canetas, lapiseiras... Voltei para as canetas. Vários modelos. Uma chamou minha atenção. Caneta esferográfica Pilot BP-S feita com um plástico azul claro e ponta metálica. A viagem no tempo: Na 6ª série usava essa caneta. Eu e meu amigo Sérgio. Escrevíamos com letras pequenas, para horror das professoras, e com a pilot ponta fina. Décadas depois lembro disso porque o Sérgio faleceu há dois anos e, coincidentemente, a uns 10 metros da minha casa! Já fazia muito tempo que não o via. Estava amanhecendo quando ouvi os tiros. Vi o corpo um pouco mais tarde quando saia para trabalhar, mas o cobriram com um pano. Não vi o rosto do morto. Só fiquei sabendo que era o Sérgio quando no intervalo para o almoço, lá no trabalho, ouvi as notícias. Falava do Sérgio morto por causa de algum problema com drogas. “Mais um”, pensei. Outro conhecido morto ainda jovem. Depois percebi uma diferença marcante entre as pessoas criadas em lugares marcados pela violência das outras. Estas últimas falavam dos seus amigos de infância e de alguns que ainda mantinham contato. No meu caso, sobraram poucos. Morreram muito cedo. Famílias desestruturadas, escolhas erradas e um ambiente carregado de más influências. Lamentável. Muito triste! Pelo menos hoje, muitos perceberam a necessidade de dar opções para os moradores de áreas carentes. Criaram projetos com esportes, informática, etc. O Estado, as ONGs, as igrejas, todos passaram a motivar os moradores principalmente os mais novos, mas ainda precisa melhorar muito.
Os links para as lembranças dos que se foram podem ser curiosos. Quando vejo uma sardinha frita, ou sinto o cheiro quando alguém está fritando, lembro da D. Leda. Era nossa vizinha e a cozinha da sua casa, no 2º andar, ficava numa posição favorável ao vento. Além disso, o fogão ficava perto da janela, de tal modo que ela podia cozinhar e observar o mundo lá fora. O cheiro das sardinhas fritas se espalhava e a D. Leda, quem diria, ficou conhecida pelo cheiro da sua sardinha! Faleceu de causa natural, assim como o Walter, meu tio. Quando ouço falar de Absalão lembro-me dele. Ele gostava de contar que a origem dos salões de beleza estava ligada diretamente a este personagem da Bíblia, filho de Davi e conhecido por sua beleza. Absalão era perfeito da cabeça aos pés e sua cabeleira pesava mais de 2 quilos, quando ele a cortava uma vez por ano. (2 Samuel 14,25-26). Daí segue que: Absalão (belo, cabelão, etc.), “abre salão”, que resulta em Salão de beleza. Viu? Óbvio? Walter ria contando isso. E por aí vai. “Chacrinha”, outro vizinho falecido, adorava frango assado, aquele de padaria. Símbolos que trazem da memória pessoas que conhecemos.

sábado, 24 de julho de 2010

Milton Hatoum - "Chato"

Milton Hatoum é considerado pela crítica um dos grandes escritores da nova geração da literatura brasileira. Já tinha curiosidade de ler, faltava a oportunidade. E ela surgiu quando encontrei o "Relato de um Certo Oriente" em um sebo. Livro em ótimo estado e por apenas R$5,oo! O livro novo vale uns R$20,oo. Libertei o autor do sebo e comecei a ler. Tecnicamente impecável, mas uma história muito chata. O começo é confuso e com um montão de personagens. Terminei a leitura na sexta, mas confesso que quase desisti. Conta a história de uma família de libaneses em Manaus na visão de uma mulher da família, que volta depois de muito tempo e vai acessando sua memória. Já leu? Comente. Passei o livro adiante na sexta mesmo. Hasta la Vista Milton! Talvez eu dê uma chance e leia um outro livro dele, se surgir a oportunidade.

sábado, 17 de julho de 2010

Visite: releituras.com

Um site da internet que visito: http://www.releituras.com/

Página bem legal sobre literatura, com biografias dos autores e amostras de textos.

Invista um pouco de tempo em conhecer alguns autores, você não vai se arrepender!

Estereótipos e Máscaras

Estereótipo. Índio é preguiçoso, baiano também. Carioca é malandro, paulista é trabalhador. E o evangélico? Evangélico é "não pode". É assim que os evangélicos são vistos. Alguns se espantaram quando o jogador Kaká xingou por não ter feito aquele gol contra a Holanda. Alguns brincavam: "Ué, ele é evangélico. Não pode xingar!". A expulsão do mesmo jogador na partida contra Costa do Marfim também gerou polêmica. Kaká, o bom garoto, está virando bad boy? Mas ele é evangélico! Não pode! Evangélico é tido como aquele que não pode fazer o que os outros fazem. Vira escândalo. Alguns ainda dizem que evangélico não pode ir à praia - é verdade para alguma denominação. No passado era o cinema, ou até ver (ouvir) novela. Era tabu.

Participei de um bolão no trabalho com palpites para os jogos da Copa de 2010. Encaro como brincadeira, mas é fato que o ganhador do bolão recebeu uma quantia considerável. Nesse foram R$976,50 (com 94 participantes). O mais legal é que venci! Ganhei o prêmio e prontamente começaram as brincadeiras. Evangélico pode jogar? Pode não! Bom, se entre os não-evangélicos é assim, também o é entre evangélicos. Na verdade, nós evangélicos construímos essa imagem. Somos vistos simplesmente como aqueles que seguem uma lista de proibições. Evangélico não joga, não bebe, não fuma, não frequenta boates, barzinhos, etc. Ser evangélico é isso. É "não pode".

Sou um evangélico típico. Apesar de ter participado do bolão, o jogo por dinheiro não faz parte da minha rotina, bem como as demais proibições (ok, talvez já não seja tão típico, afinal eu joguei!). Porém, fico muito chateado com essa imagem. Parece que evangélico está além da humanidade, o que é uma bobagem. Evangélico é gente e "gente faz o que gente faz". Erra e acerta. Somos vistos, em muito por nossa culpa, apenas como aqueles que são proibidos de fazer. Não erramos e não pecamos como os outros mortais. Não somos do mundo, conforme o evangeliquês corrente. Uma terrível redução do que é um evangélico.

Máscaras. O convívio nas igrejas, por outro lado, nos mostra como somos do mundo. Invejas, ciúmes, fofocas, disputas por cargos (leia-se poder), por reconhecimento, até intrigas! Contudo, isso acontece sem que os autores assumam a falha. Pior é quando ainda insinuam que seus opositores é que não estão de acordo com a vontade de Deus. Discurso usado também pelos adversários. Mas a máscara continua lá. Mantém-se firme o rótulo do evangélico padrão. Há uma igreja diferente dessa? Uma onde só haja virtudes? Acho que não, pelo simples fato de ainda "estarmos a caminho". Ainda estamos aprendendo.

Deveríamos enfatizar que ser evangélico não se resume a uma lista de proibições. Não existe super crente! É difícil porque nessa frente temos evangélicos loucos para ver algum irmão fazer o que é considerado tabu e dizer: "Você não é evangélico? É escândalo!" e os não-crentes que usam esta mesma imagem para se divertir: "Evangélico não pode!". E então quando criamos um padrão que poucos, talvez ninguém, consiga seguir integralmente, baseado em proibições, estimulamos uma vida dupla dos crentes, ou criamos um molde tão apertado que corre o risco de tornar-se um fardo. Mas Cristo não nos libertou? Deveríamos admitir mais vezes que estamos todos aprendendo e afrouxar um pouco "as mãos que estão nos pescoços uns dos outros". Isto não significa uma perversão total, mas admitir, junto com todas as consequências que isso traz, que não somos perfeitos. Eu não sou e por isso sigo Jesus.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil perdeu para Holanda e eu Criei um blog!

Olá!
Sexta-feira. Após a derrota do Brasil na Copa para Holanda criei este blog.
Vi o jogo, e a tristeza de muitos, no trabalho. E agora? Quem levará o almejado
título? :O(

Não tinha tempo antes para escrever em um blog. Acho que tenho agora.
Vamos ver. Por ora, vou torcer para o Uruguai passar por Gana!
Um abraço.