segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Will Power

Mas Estevão, cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus, e disse: "Vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé, à direita de Deus". Mas eles taparam os ouvidos e, dando fortes gritos, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. Enquanto apedrejavam Estevão, este orava: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito". Então caiu de joelhos e bradou: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado". E, tendo dito isso, adormeceu.
Atos 7, 57-60 (NVI).

O "episódio" Estevão inaugura a perseguição aos cristãos. É considerado o primeiro mártir. Após Estevão muitos outros cristãos seriam perseguidos, torturados e mortos. O pastor A. W. Tozer escreveu: "O Mártir ao saltar para a arena e exigir que o lancem aos leões juntos com seus sofredores irmãos na fé, é um exemplo da única espécie de dedicação que Deus aprova." Única espécie de dedicação que Deus aprova? Que pedrada, Tozer! Será que nós hoje temos essa dedicação? Dispostos a dar a nossa vida?

Temos o discurso de crentes dedicados, mas em muitos casos ainda precisamos passar do discurso para a prática. Mas isto requer sacrifício, esforço e comprometimento. Podemos resumir tudo isso dizendo que precisamos de WILL POWER! Ou seja, força de vontade. Força de Vontade para nos mobilizarmos como igreja para mostrar o Reino de Deus, para compartilhar a Graça. E isso extrapola as delícias do culto. É disposição para dizer: "Nossa igreja vai fazer a diferença aqui!" Requer, muitas vezes, abrir mão de nossos interesses (praia, shoping, etc.). Já pensou em doar suas habilidades em algumas horas do fim de semana? Aula de instrumentos, reforço escolar, inglês, ou qualquer outra coisa. Não sabe fazer nada? Coloque-se a disposição para ajudar. Quando cada um compartilha o que sabe a igreja cresce. Quando cada um é um crente dedicado, de verdade, a igreja cresce, faz diferença. Então, vamos nessa! Will Power!

"A realização de um sonho depende de dedicação. Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio. Quem não quer fazer nada encontra uma desculpa".
Paula Azevedo Palhete.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

As Religiões no Rio (1904)

João do Rio é um dos pseudônimos do jornalista João Paulo Emílio.
Em 1904 ele publicou "As Religiões no Rio" uma série de reportagens descrevendo várias formas de culto.
Abaixo alguns trechos da visita dele a uma igreja Batista, cujo pastor era o, ainda solteiro, Pr. Soren.

Achei interessante ele ter comentado que a igreja era um resumo de todas as classes.

"Pelos bancos uma sociedade complexa, uma parcela de multidão, isto é, o resumo de todas as classes. Há senhoras que parecem da vizinhança, em cabelo e de matinée, crianças trêfegas, burgueses convictos, sérios e limpos, nas primeiras filas, operários, malandrins de tamancos de bico revirado, com o cabelo empastado em cheiros suspeitos, soldados de polícia, um bombeiro de cavanhaque, velhas pretas a dormir, negros atentos, uma dama de chapéu com uma capa crispante de lentejoulas (...) "

"E é uma coisa que se nota logo. A propaganda, a atração da Igreja é a música. Ganham-se mais fiéis entoando um hino que fazendo um sábio discurso cheio de virtudes. O Sr. Soren, o pastor calmo, irrepreensível, parece compreender os que o freqüentam, sem esquecer sua missão evangélica. E positivamente o professor. Sem o perfume dos hinários e sem aquelas letras negras da parede, a gente está como se estivesse numa aula de canto do Instituto de Música, ouvindo o ensaio de um coro para qualquer chêche mundana..."

No fim, falando do Pr. Soren:

"E eu saí encantado com a clara inteligência desse pastor, que espera calmo e virtuoso o fim do mundo, enquanto, à porta, o velho blandicioso distribui Purgatórios contra os padres e as moças."

Abaixo seguem os links para o livro, que é de domínio público.
http://pt.wikisource.org/wiki/Os_Batistas

O link para os outros capítulos do livro:
http://pt.wikisource.org/wiki/As_Religi%C3%B5es_no_Rio

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lamento em pentatônica menor

Cinco notas bastam para resumir a atonia desta segunda,
mas precisa ser em tom menor, que combina com a melancolia do momento.
Ai dos que querem ajudar e esbarram nos alicerces que são as pessoas em suas funções cristalizadas.
Ai daqueles que acreditam que mudanças ocorrem sem sofrimentos.
Ai daqueles que conhecem tais sofrimentos e ainda anseiam por mudanças.
Pior é, vencido, descobrir que os alicerces não devem, não podem, ser derrubados, porque eles ainda sustentam a estrutura da qual muitos dependem.
Fazer o quê então?
Vai lobo, segue teu caminho, procura outro lugar, porque aqui já não se pode mais nada.
Vai bobo, dar teu sangue em outro lugar, mas não perca tempo esperando reconhecimento, porque este é filho da propaganda e tu nada sabes de marketing.
Não sabes chorar. Tu sabes apenas rosnar e, às vezes, morder.
Vai embora, vai procurar uma matilha, porque entre os homens tu não podes mais viver.
A partida. Eis aí a última nota dessa escala!
Inspirado a partir do "Lobo da Estepe" de Hermann Hesse.