quarta-feira, 9 de maio de 2012

Os Reformadores. Tão Humanos!

Conforme tendência geral, às vezes pensamos em algumas pessoas como heróis, como fantásticas e aí corremos o risco de achar que elas são perfeitas, ou perto disso. E frequentemente, nos decepcionamos quando descobrimos que o herói fez alguma besteira, que não era tão santo quanto pensávamos.
Quando vemos os Reformadores, como Lutero, Calvino, Zwinglio, etc. nós protestantes pensamos automaticamente em heróis. As 95 Teses de Lutero, Os 5 Solas, As Institutas...
Não gosto dos livros que citam apenas as coisas boas, como não gosto daqueles que só mostram os podres. Gosto quando a história é contada com seus desdobramentos, quando mostra todas essas figuras importantes, como pessoas e não como semi-deuses. Lutero, depois de ter falhado tentando evitar a briga, aprovou o ataque aos camponeses anabatistas que pediam uma reforma social, além da religiosa. Tornou-se praticamente um ditador depois da Reforma, embora estivesse fazendo isso para manter a unidade dentro do movimento que iniciou. Já não dava mais! Ele havia aberto a porta do livre exame das Escrituras.
Calvino concordou com a morte (como herege) de Miguel Servet (Ele não acreditava na Trindade, nem no pecado original.), um estudioso importante e o primeiro a descrever a circulação pulmonar!  Não eram anjos, nem demônios, apenas gente. E gente faz besteira, mas também acerta. Os frutos da Reforma estão aí. Os bons e os maus.
Os nossos frutos também estão aí. Os bons e os maus. Cuidado para não transformar em ídolo alguém que você admira. Lembre que é gente. E gente acerta e erra, erra e acerta. Esse que você admira pode decepcionar também e mesmo assim ter valor.
inté.
Escrito depois de ler os capítulos sobre Lutero e Calvino no livro: "Nascimento e Afirmação da Reforma", de Jean Delumeau.

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