quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Paixão de Cristo, por um historiador judeu

A Paixão: A verdadeira história do Acontecimento que Mudou os Rumos da Humanidade. Autor: Geza Vermes.
Editora: Record.

Nesse livro o autor compara as narrativas da prisão, julgamento e morte de Jesus nos quatro evangelhos. Além disso, ele utiliza registros de Filo de Alexandria e Flavio Josefo, entre outros, como fontes extra-bíblicas para responder a seguinte pergunta: O que realmente aconteceu no dia da crucificação de Jesus há quase dois mil anos?
Repito aqui algumas conclusões do autor (vou pular algumas, mas preservando a numeração).
1. Na véspera da Páscoa, uma quinta-feira, Jesus fez uma ceia comunal com seus apóstolos. Não era uma ceia de Páscoa, nem conteve a instituição da Eucaristia.
4. Na manhã de sexta-feira, o Sinédrio realizou uma sessão e decidiu denunciar Jesus ao tribunal do governador romano sob acusação de sedição.
6.Jesus foi condenado à crucificação por Pilatos e os acusadores sacerdotais deixaram a cena.
7. Jesus açoitado, submetido a zombarias e surras pelos soldados romanos.
9. Jesus crucificado ao meio-dia na véspera da Páscoa.
10. Morreu gritando em aramaico "Eloi, Eloi, lamá sabachtháni?", e morreu às 3 da tarde, observado por um pequeno grupo de mulheres galiléias. Nem apostólos, nem família presente.
Jesus morreu sexta-feira, 7 de abril de 30 d.C.

O autor defende que os evangelhos tendem a responsabilizar os judeus propositalmente, enquanto suavizam a participação romana no episódio. Isto ocorreu por questões políticas.
Os sinóticos apresentam erro de cronologia, porque Jesus teria sido julgado num sábado, algo proibido pela lei judaica, segundo a Mixná e outras fontes.
De modo geral, vale a leitura. É bem didático e acessível. Mas, não é uma interpretação imparcial ao meu ver. Se é que existe tal forma de interpretar.
Abraços.

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