segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Lamento em pentatônica menor

Cinco notas bastam para resumir a atonia desta segunda,
mas precisa ser em tom menor, que combina com a melancolia do momento.
Ai dos que querem ajudar e esbarram nos alicerces que são as pessoas em suas funções cristalizadas.
Ai daqueles que acreditam que mudanças ocorrem sem sofrimentos.
Ai daqueles que conhecem tais sofrimentos e ainda anseiam por mudanças.
Pior é, vencido, descobrir que os alicerces não devem, não podem, ser derrubados, porque eles ainda sustentam a estrutura da qual muitos dependem.
Fazer o quê então?
Vai lobo, segue teu caminho, procura outro lugar, porque aqui já não se pode mais nada.
Vai bobo, dar teu sangue em outro lugar, mas não perca tempo esperando reconhecimento, porque este é filho da propaganda e tu nada sabes de marketing.
Não sabes chorar. Tu sabes apenas rosnar e, às vezes, morder.
Vai embora, vai procurar uma matilha, porque entre os homens tu não podes mais viver.
A partida. Eis aí a última nota dessa escala!
Inspirado a partir do "Lobo da Estepe" de Hermann Hesse.

2 comentários:

  1. Putz, não li o texto referência deste post e desconheço o contexto original em que foi concebido, mas caiu como uma luva p/ a minha realidade de hoje.

    Obrigada, Denito. Lamentamos juntos.

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  2. Ei, Joseli, apesar do lamento, agradeço a visita. "Dias melhores virão".
    :O)

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